Como o zero trust está transformando a segurança empresarial
A segurança da informação se tornou uma prioridade estratégica para empresas de todos os portes e segmentos. Com o avanço das tecnologias digitais e o aumento das ameaças cibernéticas, as abordagens tradicionais de proteção tornaram-se insuficientes.
Nesse contexto, o modelo de zero trust segurança surge como uma verdadeira revolução na forma como as organizações lidam com a proteção de seus ativos digitais. Ao rejeitar a confiança automática dentro e fora do perímetro corporativo, o zero trust se baseia no princípio de “nunca confie, sempre verifique”.
Essa mudança de paradigma implica em uma verificação contínua de identidades, dispositivos, redes e acessos, promovendo uma segurança mais robusta e adaptada às demandas atuais. Empresas que adotam esse modelo ganham mais visibilidade, controle e resiliência frente aos ataques cada vez mais sofisticados.
Neste artigo, vamos explorar como o conceito de zero trust está transformando a segurança empresarial, os benefícios concretos para as organizações, os principais pilares dessa estratégia, bem como orientações práticas para sua implementação. Acompanhe e descubra por que o zero trust não é apenas uma tendência, mas uma necessidade urgente no cenário digital de 2025.
O que é o modelo Zero Trust
O modelo Zero Trust é uma abordagem de segurança cibernética que parte do princípio de que nenhuma entidade, seja interna ou externa à rede corporativa, deve ser automaticamente confiável. Ele rompe com o modelo tradicional baseado em perímetros, onde tudo o que está dentro da rede é considerado seguro. Em vez disso, o Zero Trust exige autenticação e autorização rigorosas para cada acesso, independentemente da localização ou origem.

Essa filosofia baseia-se em três princípios fundamentais:
- Verificação contínua: Nenhum acesso é permanente. A identificação e a autorização são revistas constantemente.
- Acesso com menor privilégio: Cada usuário ou dispositivo só recebe as permissões estritamente necessárias.
- Suposição de violação: Parte-se do pressuposto de que uma violação pode ocorrer a qualquer momento.
Esse modelo é especialmente eficaz frente às ameaças modernas, como ransomwares, ataques internos e explorações de vulnerabilidades de software. Ele também acompanha a transformação digital, pois é compatível com ambientes em nuvem, trabalho remoto e dispositivos móveis.
Por que o Zero Trust é essencial em 2025
O ano de 2025 marca um ponto crítico na evolução da segurança digital. O aumento exponencial da superfície de ataque, impulsionado pela adoção massiva de ambientes multicloud, dispositivos IoT e modelos de trabalho híbrido, torna o modelo Zero Trust mais relevante do que nunca.
Diferente dos modelos tradicionais, que falham ao presumir segurança dentro dos perímetros corporativos, o Zero Trust oferece proteção dinâmica e centrada em identidades. Segundo um estudo da Gartner, até 2025, 60% das organizações adotarão explicitamente o Zero Trust como base para suas estratégias de segurança.
Os principais fatores que justificam essa tendência incluem:
- Crescimento de ameaças internas
- Multiplicação de dispositivos conectados
- Complexidade dos ambientes em nuvem
- Demanda por conformidade com regulações de privacidade
Com o Zero Trust, é possível mitigar riscos de forma proativa, controlar acessos com mais precisão e reduzir o impacto de possíveis violações. Em tempos de transformação digital acelerada, adotar essa abordagem é essencial para manter a continuidade dos negócios e proteger ativos críticos.
Pilares fundamentais do Zero Trust
Para implementar o Zero Trust com eficácia, é essencial compreender seus pilares fundamentais, que estruturam a estratégia de segurança:
- Identidade e Acesso: Verificação rigorosa de identidades com autenticação multifator (MFA) e gestão de identidades (IAM).
- Dispositivos: Avaliação contínua da integridade e segurança de cada dispositivo conectado à rede.
- Redes: Segmentação da rede para limitar movimentos laterais em caso de invasão.
- Dados: Criptografia, classificação e monitoramento de dados sensíveis.
- Workloads: Proteção de aplicações e serviços executados em ambientes de nuvem ou locais.
- Visibilidade e Análise: Monitoramento contínuo e respostas automatizadas a eventos de segurança.
Esses pilares trabalham de forma integrada, formando uma abordagem holística e adaptável, que permite respostas rápidas a ameaças emergentes e fortalece a postura de segurança da organização como um todo.
Benefícios práticos da segurança com Zero Trust
A implementação do Zero Trust traz uma série de benefícios tangíveis para as empresas. Além de mitigar riscos cibernéticos, essa abordagem promove eficiência operacional e conformidade regulatória.
Principais benefícios:
- Redução da superfície de ataque: ao limitar acessos e segmentar a rede, os pontos vulneráveis diminuem consideravelmente.
- Aumento da visibilidade: com monitoramento constante, é possível identificar comportamentos suspeitos com maior agilidade.
- Melhor controle de acessos: cada acesso é autorizado conforme contexto, identidade e dispositivo.
- Maior conformidade: facilita a aderência a leis como LGPD e GDPR.
- Resiliência a ataques: mesmo em caso de invasão, os danos são minimizados pela segmentação e pelos princípios de privilégio mínimo.
Empresas que adotam o Zero Trust reportam uma redução significativa de incidentes e custos relacionados a violações de dados. Além disso, ganham em agilidade para detectar e responder a ameaças.
Como o Zero Trust se aplica ao trabalho remoto
Com a consolidação do trabalho remoto, o modelo Zero Trust torna-se ainda mais essencial. Colaboradores acessam sistemas empresariais de diferentes locais, redes e dispositivos, aumentando os riscos de segurança. O Zero Trust permite proteger esse novo ambiente de maneira eficaz.
Principais aplicações no trabalho remoto:
- Verificação de identidade forte: uso de autenticação multifator e biometria.
- Avaliação de dispositivos: apenas dispositivos autorizados têm acesso.
- Monitoramento de sessões: detecção de atividades anormais em tempo real.
- Acesso baseado em contexto: localização, hora e comportamento influenciam a permissão de acesso.
Esse modelo garante que mesmo trabalhando fora do ambiente corporativo, os colaboradores atuem dentro de um ecossistema seguro. Isso não apenas protege os dados, mas também promove a confiança na continuidade operacional.
Integração do Zero Trust com tecnologias emergentes
O Zero Trust é altamente compatível com tecnologias emergentes, como Inteligência Artificial, machine learning, blockchain e IoT. A combinação desses elementos amplia as capacidades de detecção, análise e resposta às ameaças cibernéticas.
Como as tecnologias complementam o Zero Trust:
- IA e machine learning: automatizam a identificação de padrões e anomalias.
- Blockchain: fortalece a rastreabilidade e autenticidade de transações.
- IoT: com autenticação e segmentação, dispositivos são protegidos de forma granular.

Essas integrações tornam o Zero Trust uma plataforma robusta e escalável para a segurança do futuro, capaz de se adaptar a ambientes complexos e dinâmicos.
Desafios na implementação do Zero Trust
Apesar de seus benefícios, a adoção do Zero Trust pode enfrentar desafios. A transformação de uma infraestrutura tradicional para esse modelo requer planejamento, investimento e alinhamento cultural.
Principais desafios:
- Complexidade técnica: exige integração com sistemas legados.
- Mudança de cultura organizacional: a mentalidade de confiança precisa ser substituída por verificação contínua.
- Investimento inicial: ferramentas de IAM, MFA e monitoramento demandam recursos.
- Capacitação da equipe: é necessário treinar colaboradores para lidar com novos processos.
Contudo, com apoio da liderança e um roadmap bem estruturado, esses obstáculos podem ser superados, gerando retorno significativo no médio e longo prazo.
Como iniciar a jornada Zero Trust na sua empresa
Adotar o Zero Trust é um processo gradativo. Empresas devem começar com um diagnóstico detalhado de sua infraestrutura e estabelecer prioridades com base em riscos.
Etapas recomendadas:
- Mapeamento de ativos e acessos
- Implementação de autenticação multifator (MFA)
- Segmentação de redes e workloads
- Monitoramento contínuo com análise comportamental
- Adoção de princípios de privilégio mínimo
O importante é ter em mente que a segurança é um processo contínuo. Começar pequeno, com pilotos em setores críticos, pode facilitar a transição e demonstrar valor rapidamente.
Casos reais de sucesso com Zero Trust
Diversas organizações ao redor do mundo têm alcançado resultados notáveis ao adotar o modelo Zero Trust.
Exemplos práticos:
- Google: com o projeto BeyondCorp, a empresa eliminou o perímetro tradicional e aplicou Zero Trust em escala global.
- Banco Itaú: adotou MFA e segmentação para proteger acessos remotos de colaboradores.
- Petrobras: investiu em visibilidade e análise comportamental para proteger suas redes industriais.
Esses casos demonstram que, independentemente do setor, o Zero Trust é aplicável e eficaz quando adaptado à realidade da empresa.
Tendências futuras do Zero Trust
À medida que o cenário de ameaças evolui, o modelo Zero Trust também continuará se adaptando e se tornando ainda mais sofisticado. Em 2025 e nos próximos anos, espera-se a consolidação de tecnologias de identidade descentralizada, além do uso ampliado de IA e automação.
Principais tendências previstas:
- Identidades autogerenciadas com blockchain
- Zero Trust como serviço (ZTaaS)
- Automatização da resposta a incidentes via IA
- Expansão para ambientes operacionais (OT)
Essas inovações permitirão que o Zero Trust ofereça níveis ainda mais altos de segurança, eficiência e escalabilidade, tornando-se o padrão de fato para organizações que operam em ambientes complexos e distribuídos.
Zero Trust e privacidade de dados
Além da segurança, o Zero Trust também desempenha um papel essencial na privacidade dos dados. Ao limitar acessos, criptografar informações sensíveis e aplicar políticas baseadas em identidade, esse modelo fortalece a proteção de dados pessoais.
Impactos positivos na privacidade:
- Maior controle sobre quem acessa quais dados e quando
- Facilidade para atender a requisições da LGPD e GDPR
- Redução de riscos de exposição indevida de dados
A integração entre Zero Trust e políticas de privacidade fortalece a imagem da empresa diante de clientes, parceiros e reguladores, criando um ambiente digital mais ético, transparente e confiável.
Zero Trust no setor público e em pequenas empresas
Embora o Zero Trust seja frequentemente associado a grandes corporações, ele é igualmente aplicável ao setor público e a pequenas e médias empresas (PMEs). Esses segmentos também lidam com dados sensíveis e enfrentam riscos cibernéticos significativos.
Vantagens da adoção nesses contextos:
- Escalabilidade: o modelo pode ser implementado de forma gradual
- Baixo custo de entrada com soluções em nuvem
- Aumento da confiança da população e clientes
Com planejamento adequado, políticas simples e soluções acessíveis, o Zero Trust pode fortalecer a segurança digital de qualquer organização, independentemente de seu porte ou orçamento.
Zero Trust e o papel da governança corporativa
Um dos aspectos menos discutidos, mas de extrema relevância, é como o modelo Zero Trust se alinha à governança corporativa. Em um cenário onde riscos digitais se traduzem em riscos estratégicos, a adoção de práticas robustas de segurança precisa estar integrada à estrutura de governança da empresa.
Conexões com governança eficaz:
- Responsabilidade e prestação de contas: o Zero Trust promove a rastreabilidade de acessos e ações, reforçando a cultura de responsabilidade.
- Tomada de decisões baseada em riscos: a arquitetura exige que acessos e permissões estejam alinhados com avaliações de risco, fortalecendo a governança de TI.
- Transparência e compliance: ao registrar e auditar continuamente os acessos, a organização está mais preparada para responder a auditorias e cumprir obrigações legais.
A governança e o Zero Trust não são conceitos concorrentes, mas complementares. Juntos, eles asseguram que a proteção de dados e ativos seja parte do planejamento estratégico, e não apenas uma iniciativa isolada do departamento de TI. Para líderes empresariais, entender essa conexão é essencial para conduzir transformações digitais com segurança e responsabilidade.
Conclusão

O modelo de zero trust segurança não é apenas uma inovação tecnológica, mas uma necessidade estratégica para empresas que desejam proteger seus ativos em um mundo cada vez mais digital e ameaçador. Ao eliminar a confiança implícita e adotar verificações contínuas, o Zero Trust oferece uma abordagem mais segura, flexível e responsiva, capaz de se adaptar rapidamente a novas ameaças e contextos operacionais.
Investir nessa arquitetura é garantir não apenas a integridade dos dados, mas também a continuidade dos negócios, a confiança de clientes e parceiros, e a conformidade com legislações cada vez mais rigorosas. Adicionalmente, o modelo permite maior eficiência nos processos internos, reduzindo retrabalho e aumentando a maturidade cibernética da organização.
Para empresas que desejam se manter competitivas e seguras em 2025, o Zero Trust é o caminho natural e inevitável. Agora é a hora de agir, planejar estrategicamente e transformar a cultura de segurança do seu negócio em um diferencial competitivo, sustentando o crescimento com proteção e responsabilidade.